domingo, 13 de abril de 2008

Porque nunca é demais...

Começo por confessar a minha...chamemos-lhe “fascinação” por todos os acontecimentos pré, durante e pós Segunda Guerra Mundial. Desde que me lembro procuro compreender melhor os aspectos que conduziram ao período mais negro da História da Humanidade. Não que não tenham existido guerras mais sangrentas, mas porque nesta tudo foi feito, e aceite, como normal, quando a civilização já deveria ter atingindo um patamar de realização dos direitos e igualdade dos outros, que me questiono se mesmo actualmente já terá atingido.



ter atingindo um patamar de realização dos direitos e igualdade dos outros, que me questiono se mesmo actualmente já terá atingido.





























Daí, mais uma vez, surgirem fotografias deste local. Muitos são os países, por toda a Europa, que guardam bem presentes as lembranças desse período tão distante mas, ao mesmo tempo, demasiado recente, e eu tive a sorte de visitar dois dos principais na mesma viagem. Por mais que tente é impossível encontrar imagens que retratem a dor que se sente ao entrar em Auschwitz, a vergonha simplesmente de ser da espécie Humana. Porque no fundo não interessa muito o povo que sofreu, e a nacionalidade dos agressores (até porque, embora apontemos sempre
o dedo aos Alemães, convém não esquecer que Hitler nem sequer era de nacionalidade Alemã), penso que o realmente importante é relembrar os actos selvagens que Homens cometeram contra seres da sua espécie. Cada passo dado nos corredores de Auschwitz entristecem-nos um pouco mais, a cada segundo que passa o peso da realidade ali resguardada da vida simples que actualmente levamos, pesa em toda a sua inevitabilidade. Encontramos fotografias de tantos daqueles que ali morreram, e assusta fazer as contas da idade que tinham e o tempo que resistiram. São salas infindáveis de pertences roubados, malas feitas na ilusão de uma solução, e não do fim... E é quando num vídeo aparece um dos sobreviventes libertados em Janeiro de 1945, um senhor pequeno e esquelético, com aparentes 70 anos, e este, de sorriso genuíno no rosto, diz ter 41, que toda a ficção e romance amento do que foi o Holocausto, cai por terra, as lágrimas cai, e aquela imagem, o sorriso dum homem tão frágil, jamais nos abandona...

Auschwitz, Polónia (Agosto 2005)

1 comentário:

João Amaro Correia disse...

viajada e com boa escrita.