segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

"Arbeit macht frei"

Auschwitz I, Polónia (Agosto, 2005)


De todos os sítios que já visitei, e penso poder afirmar, mesmo de todos aqueles que um dia espero conhecer, nunca nenhum me emocionou tanto como Auschwitz. Desde pequenos todos ouvimos falar das monstruosidades levados a cabo por Adolf Hitler e o seu exército na 2ª Guerra Mundial, e mesmo nos anos que a antecederam. Contudo, por mais relatos macabros, fotografias horrendas e documentários mortíferos que possamos ter visto, nada se compara à atmosfera deste local... Desde as barracas em que os prisioneiros "habitavam", passando pelas câmaras de gás onde encontravam "descanso" e os fornos onde eram incinerados, até às salas nas quais estão expostas as malas que levavam, na inocente ideia de um dia voltar a casa, o cabelo que os nazis lhes cortavam para vender, e até sapatos ao monte, incluindo alguns tão minúsculo que o infeliz ser que os usou, certamente por muito pouco tempo, não podia ter mais de 1 ano, tudo impressiona. Ao analisar as fotografias espalhadas pelos corredores, com data de chegada e de morte (raramente distanciadas entre si por mais de 3 meses) de todos aqueles que por lá passaram, é impossível não sentir um nó no estômago e uma revolta interna pelo sofrimento dos rostos que se tornam, repentinamente, tão reais à nossa frente... Quando passamos a tão afamada porta com a inscrição "Arbeit macht frei" (Work will set you free), jamais poderemos voltar a encarar este período da História como um relato disforme perdido no tempo. Todos aqueles locais, as pessoas que lá vieram encontrar o seu final, das formas mais desumanas alguma vez imaginadas, os seus rostos marcados pela dor, impedem que algum dia nos esqueçamos deste local...


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